domingo, 6 de outubro de 2013

Arquivo 33 - Rock In Rio - Dessa vez eu fui!

Salve salve, estamos de volta, depois de um mês sem internet em casa, finalmente estou de novo aqui!

Como todos bem sabem, a algumas semanas houve o Rock In Rio(eu tinha que postar esse post na semana seguinte ao show, mas acabei enrolando como sempre)e diferente de 2011 eu fui! E nem é preciso dizer em qual dia que eu fui né ?

Pois bem, agora temos uma avaliação longa e passiva a fazer, vamos a um relato de um fã que depois de 9 anos conseguiu ir para o show da sua banda favorita e quase morreu em um outro show.

Domingo 22 de setembro - 9:30 da manhã:

Obviamente acordei desesperado e com uma noite de sono mal dormida, porém como havia combinado de encontrar uns amigos em Santa Cruz as 14 horas(horário bem longe do que o certo)fiquei tranquilo quanto a tirar um cochilo a tarde.
Não havia água em Mangaratiba, logo tive que ir para Itaguaí para poder tomar banho, e logo que o ônibus arrancou e seguia seu caminho, me lembrei que esquecera o ingresso!! O animal volta e pega o devido e se manda pra Itaguaí.

Entre 10 e 13 horas:

Entre discussões e cochilos, consigo finalmente almoçar, tomar o meu banho e partir para lá, fora dito que não poderiam ser levadas garrafas d'água, então me hidratei o suficiente para ir até o ponto de ônibus, carregando na mochila um casaco, uma camisa e umas barras de cereal para tentar manter a energia no evento.

14:20 até 16:00

Ao chegar lá, a pessoa que eu esperava atrasou, papo de uns 10 minutos, logo pegamos nosso ônibus e partimos para a estação alvorada, a viagem foi bem rápida, dado o tanto de conversa que tivemos no ônibus, chegando na estação foi fácil descobrir para onde ir: Bastava seguir o tanto de gente com roupas pretas, técnica que usei quando ainda tocava em bandas.
Os ambulantes já estavam pairando desde a alvorada, oferecendo cervejas a 5 reais(uma boa dado o preço ridículamente elevado do festival) e mais ridículo ainda eram os evangélicos oferecendo bíblias e livros sobre religião gratuitamente para quem passasse ali, imagino o quanto de tempo que eles perderam ali.

Tempo meu caro, uma palavra de significado longo e extenso nesse dia, depois de descer no ponto indicado, tivemos que andar uns 10km mais ou menos, um trajeto que eu faço pelo menos 2 vezes na semana, em 20 minutos, porém nesse dia ele durou quase uma hora, e o motivo você confere abaixo.

Sim, eu estava mais ou menos no começo/meio do caminho, e a fila demorava a andar, dado a revista, porém a mesma foi pífia, talvez para adiantar a entrada do público, a minha amiga que estava comigo e muitas outras pessoas no meio do caminho disseram que esse foi o dia mais cheio do evento, e realmente, estava um verdadeiro caos, creio que foram 85 mil pessoas, mas sinceramente, aparentava ter muito mais.

A entrada no festival:

Depois de passar pela revista o caminho até a cidade do rock fluiu muito melhor, e em menos de 10 minutos já estávamos lá dentro, porém dado o atraso acabei perdendo os shows do Viper e do Destruction(sendo esse um que eu queria ver) e acabei encontrando uma amiga por lá, e fiquei com ela para descansar enquanto esperava o show do slayer.

Chegando lá algo me fez perder a fome, talvez os excessivos preços e o conforto de ter barras de cereal e biscoitos na mochila tenham me mantido de pé, o cigarro também ajudou a mascarar a fome, mas tudo se dava ao êxtase de estar lá, fora os preços também como já citei antes,só um copo, sim UM COPO de Heiniken custava 10 reais(e eu tomei uns 3 ou 4).

Enquanto o Helloween terminava sua apresentação eu estava tranquilamente descansando na grama, e assim permaneci até o começo do tal do Kiara Rocks, a banda sabia bem onde se meteu ao abrir o show com Aces Of Spades do Motorhead, depois de mandar algumas músicas próprias a banda tirou a última carta da manga, chamando Marcão(ex Charlie Brown Jr) e Paul Di'Anno! No momento em que o nome dele foi anunciado, eu pulei da grama e corri para o palco, e vi ele cantar Highway to Hell, Biltkrieg bop e Wrathchild, e então voltei para onde estava, ou ao menos tentei, já que acabei me perdendo de quem estava, a essa altura diversas pessoas estavam me procurando pra ficar perto de mim quando o Iron começasse, mas o evento estava muito cheio, e minha bateria praticamente zerada(o telefone não aguenta carga, fora o fato de que eu estava filmando algumas coisas e postando com frequencia no facebook)

Slayer: A minha vida diante dos meus olhos, e não no bom sentido!

Bem, começava então os preparativos para o show do Slayer, enquanto o Sepultura detonava com Zé Ramalho, admito que queria ver o show, mas fiquei no palco mundo para já ir garantindo lugar no Iron(a aquela altura eu almejava ficar na grade, ou um pouco mais perto, um ledo engano)deixando o Sepultura de lado, acabei não vendo nenhum show do sunset, e logo que o show acabou, os roadies do Slayer passeavam de um lado ao outro fazendo os ajustes finais, e enquanto isso eu lutava para conseguir um lugar decente, e havia achado, mais ou menos por aqui:
Eu teria uma boa visão do palco e estaria bem perto, dado a minha altura também, como pode se ver na foto.
Mas e ai, o que aconteceu? Assim que Tom Araya e compania mandaram os primeiros acordes de World Painted Blood, o mar de gente ficou de ressaca, foi um empurra-empurra bizarro e eu fui levado pra cada vez mais perto da grade e sendo mais batido do que carne de segunda, usei das rodas de mosh pra chegar cada vez mais perto do palco, e conforme eu ia chegando e parando em alguns cantos eu ia notando o quão boa a banda estava, tirando apenas o fato da guitarra de Gary Holt ficar muda em alguns momentos no começo do show, a banda estava lá pra mandar o seu thrash metal sem frescura, sem conversa com o público e nada, só porrada do começo ao fim: Disciple, Season In The Abyss, Die By Sword, Raining Blood, Dead Skin Mask, War Ensable, Hate Worldwide e uma homenagem foda a Jeff Hanneman a partir de Angel of Death, exibindo o simbolo da Heiniken com o seu nome, o que ele usava em suas guitarras, e diversas imagens do guitarrista ficaram passando nos telões.

Ao final do show, eu já estava praticamente colado no palco, mais espremido que suco de laranja, suando e tentando pegar um pouco de ar, por diversas vezes tentei chegar a grade para ser retirado e levado ao pronto socorro, ou simplesmente para pegar um pouco de ar, demorei uns 20 minutos para conseguir sair de la, quase desmaiando, quando encontrei a amiga que havia desencontrado no show do Kiara.
A hora que eu esperei a 9 anos:
Bem, o plano já era esse: Usar o show do Avenged Sevenfold para descansar, ou então chegar mais perto da grade, mas depois do show do slayer, desisti dessa ideia, e fiquei lá até que o Avenged acabasse.
Não que eu seja totalmente contra a banda, gosto de umas duas ou 3 músicas, ao menos tocaram Nightmare e Buried Alive, duas que eu gosto.
A hora chegou! Eu fui me deslocando pelo palco mundo, e parei em uma espécie de grade lateral

A banda atrasou uns 10 minutos para entrar(o show estava previsto para começar a meia noite)mas aquela altura nada mais importava, depois de 4 tentativas frustradas de ver a banda ao vivo no Brasil, nada podia me tirar daquele lugar, a não ser que eu tivesse um ataque cardíaco alí mesmo.

O telão começou a exibir imagens de geleiras derretendo, e logo o playback começou: 
"seven deadly sins
seven ways to win
seven holy paths to hell and your trip begins...

Seven downard slopes
Seven bloody hopes
Seven are your burning fires
Seven your desires"


E logo em seguida o sexteto britânico entrou no palco logo após uma explosão,e sairam detonando os riffs de Moonchild, não nego, escorreu uma lágrima assim que o show começou, eu estava bem longe do que eu queria estar(e de certa forma deveria) mas como já disse, eu estava lá e eu iria curtir cada palhetada, cada nota, cada batida na bateria!

E assim fiz, nas músicas seguintes, Can I play with madness, The Prisoner,2 minutes to Midnight e ao término da última Bruce diz seu primeiro boa noite em português tentando se comunicar com o público do evento brincando com as palavras em português que ele diz saber: Cachaça, caipirinha e samba e faz uma pequena menção ao caos que assola o mundo antes de começar Afraid to Shoot Strangers, música que não deveria fazer parte desse set, que deveria englobar apenas músicas até o Seventh Son of a Seventh Son mas mesmo assim foi deveras curioso ver ela sendo executada com as 3 guitarras pela primeira vez, e acabou sooando perfeita!

Tirando o começo do show, o som estava completamente perfeito, a sensação que eu tinha era de estar vendo um DVD ao vivo e editado, mas não! Aquilo lá era o som de verdade da banda e a medida que as músicas tocavam isso ficava mais evidente, tal como The Trooper(que me trouxe mais algumas lagrimas que desciam moderadamente rs) Number of The Beast, que eu não pude ver direito, mas contava com um bode no canto direito do palco e Phantom of The Opera, executada de uma forma belíssima, com direito a pirotécnias e Run to The Hills, onde o primeiro Eddie aparece, vestido como um soldado da guerra civil americana e com uma espada bate na guitarra de Janick Gers e na bateria logo depois, e Wasted Years volta ao set, com um pequeno deslize de Adrian.

Chegou a hora de ver Seventh Son of a Seventh Son ao vivo! E Bruce sobe ao palco com um sobretudo novo e um penteado ridículo! Mas mesmo assim, a música que nunca me agradou taaanto assim, ficou com uma roupagem nova ao vivo, e como em 88 um Eddie é usado no fundo e Michael Keanny(técnico de baixo de Steve Harris a mais de 30 anos e responsável pelos teclados da banda)fantasiado tocando teclado para dar uma ambientação,  mais fogos no final da música.

Dali pra frente mais clássicos, The Clairvoyant, Fear of The Dark e Iron Maiden, usando o Eddie de fundo igual a capa do Seventh Son, e para o bis, a banda volta com Aces High, um verdadeiro desafio a Bruce, cantar essa música depois do bis! The Evil That Man Do continua um clássico, e Running Free fecha o show, com direito até mesmo a um solo de Nicko Mc Brain! Coisa que ele não fazia a mais de sei lá quantos anos! E depois um Bruce brincalhão, trazendo uma cerveja exclusiva da banda - a Trooper - e dizendo que a cerveja no festival estava ruim e ele tinha que trazer a sua própria.

Depois de apresentar a banda a banda termina o show e fogos de artifício encerram o festival, e Always Look On The Bright Side of Life começa a tocar nos P.As da banda.

A volta pra casa:

Sinceramente não houve muito o que se falar quanto a volta, tudo tranquilo mesmo pra sair da cidade do rock,provavelmente porque muita gente já tinha ido embora antes de acabar o show do Iron, os ônibus vinham um atrás do outro o que quitava o tempo de espera, o mesmo aconteceu para pegar o ônibus para Santa Cruz e tal para Itaguaí, a aquela altura eu já estava completamente destruído de cansaço e só pensava em chegar em casa!

Resumindo:

Foi uma experiência única, o sonho de qualquer pessoa que curte música, já que o Rock In Rio não é mais um evento restritamente ao rock e suas vertentes, porém poderiam pegar mais leve com os preços dos alimentos lá, afinal todo mundo que vai para o festival planeja ficar o dia todo lá, mas o gramado sintético ajuda para descansar, e os banheiros estavam tranquilos, o de 2015 já foi confirmado e se possível(e é claro se o Iron vier de novo)estarei lá de novo!